artigo cientifico

6140 palavras 25 páginas
ESTEREOTIPIAS NA INFÂNCIA

Por Sonia B. Hoffmann

1 Introdução
Algumas pessoas podem sentir-se inseguras e desorientadas diante dos comportamentos e condutas estereotipadas apresentadas por algumas crianças, a ponto de considerá-las como estranhas. Na grande maioria dos casos, os próprios profissionais que atuam na área da habilitação e/ou reabilitação infantil permitem-se o direito de rotulá-las sempre como patológicas ou, pior, deixam estas condutas passarem desapercebidas.
Isto ocorre, provavelmente, devido à falta de conhecimento e entendimento do processo de formação e instalação das estereotipias em diferentes faixas etárias e nas diversas situações. Este desconhecimento, causado por vários motivos que merecem ser estudados com profundidade, podem acarretar sentimentos de rejeição ou repressão, provocando o isolamento e a marginalização destas crianças. Por sua vez, elas refugiam-se em si mesmas e acentuam os comportamentos, dificultando ou impossibilitando sua integração social e educativa.
Além disto, a palavra estereotipia é frequentemente utilizada com um certo descuido, atribuindo-se a este termo uma conotação vaga, ampla e generalizada, sendo, em muitas ocasiões, atividades motoras e/ou verbais geradoras de tantos transtornos e, mesmo assim, seus mecanismos ficam aglutinados na expressão "hábitos motores" sem levar-se em consideração a complexidade de tal adaptação ou desordem, suas causas, categorizações e especificidades.
Neste trabalho, pretendemos enfocar a importância do estudo das estereotipias e realizar a descrição de algumas condutas estereotipadas características, mas não exclusivas, encontradas em crianças com cegueira congênita. Porém, para que tal ocorra, torna-se necessária a conceituação de estereotipia, o estabelecimento de suas causas mais frequentes, suas categorizações e a descrição de algumas especificidades das mesmas e de algumas condutas estereotipadas como os blindismos e os maneirismos - enfatizando o comportamento

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