ARTIGO Celulas Tronco
28.01.08
17:00
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Carta na Escola
CORDÃO UMBILICAL.
A melhor fonte de pesquisa de células-tronco é descartada diariamente
Células superpoderosas
BIOLOGIA O uso de células-tronco para fins terapêuticos pode ser a única forma de tratar inúmeras doenças e mudar a visão médica sobre as enfermidades
Por Daniela Silvestre, bióloga, doutora em Genética e Biologia Evolutiva pelo Instituto de Biociências da USP, professora da Universidade Metodista de São Paulo polêmica sobre células-tronco chegou à mídia.
Um tipo raro de células, antes desconhecidas, agora divide o mundo em blocos de pessoas contra e a favor de seu uso na ciência e na medicina. Mas o que são essas células e por que geram tanta discussão? Todos os organismos pluricelulares são formados por tecidos com células diferenciadas, de forma que cada um deles possa assumir uma função diferente no organismo. Essa diferenciação celular ocorre ainda na fase embrionária. Por outro lado, as células-tronco são células indiferenciadas e, assim, são pluripotentes, ou seja, podem se transformar em células de muitos tipos. Para isso só precisam ser estimuladas adequadamente e logo passam a se dividir e diferenciar.
Sendo assim, podemos automaticamente deduzir que um grupo de células-tronco de um indivíduo poderia ser estimulado in vitro e então teríamos a formação de tecidos para a substituição e reparo dos mais diversos órgãos. O que permitiria que milhares de doenças fossem curadas: tecido cardíaco para repor um coração infartado; tecido muscular para crianças com distrofia; neurônios em cérebros com Parkinson ou Alzheimer; pele para revestir extensas queimaduras; medula óssea para leucemias; os mais diversos tecidos para repor o que foi danificado por acidentes ou por doenças, sejam elas genéticas, infecciosas ou mesmo o câncer.
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Parece um panorama futurista ou mesmo de ficção científica, mas está sendo testado e já começa a fazer parte da medicina atual.