ARTIGO BOTULISMO
O Clostridium botulinum é um bacilo gram positivo, que se desenvolve em meio anaeróbio, produtor de esporos, encontrado com frequência no solo, em legumes, verduras, frutas, sedimentos aquáticos e fezes humanas. Aparece também como habitante normal do trato intestinal de equinos, bovinos e aves, onde se multiplica e é excretado em grandes quantidades nas fezes por mais de oito semanas após a primo-infecção.
Os esporos do Clostridium botulinum são as formas mais resistentes que se tem encontrado entre os agentes bacterianos, podendo sobreviver por mais de 30 anos em meio líquido e, provavelmente, mais tempo ainda em estado seco.
Figura 1: bactéria Clostridium botulinum no formato de esporo e na forma vegetativa.
Fonte: www.slideplayer.com.br (2015).
A germinação dos esporos nos alimentos é promovida por condições anaeróbicas (alimentos embalados ou lacrados) em que o pH é superior a 4,5, com uma elevada atividade de água. Assim, as células vegetativas produzem a toxina dentro do recipiente durante o armazenamento. Essas toxinas perdem sua atividade quando submetidas à temperatura de 80°C durante 30 minutos ou a 100°C por 5 minutos.
São descritos sete tipos de Clostridium botulinum (de A à G), que se distinguem pelas características antigênicas da neurotoxina que produzem, embora tenham ação farmacológica similar. Assim são conhecidas sete neurotoxinas sorologicamente distintas e altamente potentes. As toxinas dos tipos A, B, E, F e G são as que causam doença humana, enquanto os tipos C e D são quase exclusivos de animais.
BOTULISMO ALIMENTAR
Os esporos contidos nos alimentos inadequadamente preparados podem germinar e o Clostridium botulinum passar a se multiplicar e produzir toxinas. Inúmeros fatores podem afetar o desenvolvimento do microrganismo nos alimentos: o Clostridium botulinum não é um bom competidor na presença de outros microrganismos; pH inferior a 4,5 impede sua multiplicação; atividade de água menor que 0,93