Artigo apresentar
Introdução
A autora busca no artigo responder a pergunta: por que determinados espaços sociais (considerados aqui como núcleos ecossistêmicos) apresentam taxas diferentes de homicídios durante períodos constantes?
Para isso foi feita a releitura de quatro estudos de caso realizados em municípios de médio porte em dois países diferentes (Brasil e Argentina).
A autora refere que por visão ecossistêmica entende-se a que se refere a um núcleo central comum que encontra-se cercado por um ambiente externo que ao mesmo tempo se diferencia dele e reconhece sua especificidade.
Cada um dos quatro casos é considerado um sistema social que influencia e é influenciado pela subjetividade dos moradores e relacionado ao contexto externo.
Algumas teorias tentaram explicar a relação de determinados espaços sociais com a incidência de altas ou baixas taxas de homicídio e criminalidade.
Uma da teorias é a Desorganização que relaciona as taxas de homicídio com o rápido crescimento populacional e econômico e o intenso movimento de migração interna, o que criaria um ambiente ideal para o aumento da criminalidade. Essa teoria caiu em desuso porque apresentava um esquema muito simplificado de análise da realidade.
Nas últimas décadas do século XX ela reapareceu elaborada com um modelo ecossistêmico que incorpora a interferência e a relação de fatores internos e externos nos espaços sociais. Os fatores internos seriam o controle informal, os laços sociais, o capital social e a cultura local; e os externos, o controle formal exercido pelos órgãos de segurança, as políticas sociais e a política econômica.
Método
Foram analisados quatros estudos casos de homicídios, dois brasileiros e dois argentinos. A escolha dos lugares obedeceu aos seguintes critérios: (1) municípios com mais de 100.000 habitantes, excluindo-se as capitais; (2) dois em cada país com comportamentos diferentes em relação aos homicídios: