Artigo 4 Mulheres Seu Lugar Em Casa
Artigo 4
"Mulheres! Seu lugar é em casa."
Lugar de mulher é em casa, cuidando do marido e dos filhos: assim pensavam os militantes integralistas.
Giselda Brito Silva 12/9/2007
SABRINA: “Quando o dinheiro que o marido traz para casa no fim do mês não é suficiente para sustentar a família, o que fazer? Ir à luta, procurar emprego numa fábrica? E quanto aos filhos, seus cuidados, sua educação? E, além disso, o que as pessoas vão pensar?” Perguntas dramáticas como estas se agitavam na cabeça de muitas mulheres na sociedade brasileira da década de 1930. A vida delas era voltada principalmente para as atividades do lar, mas, em muitos casos, eram obrigadas a ter uma ocupação fora de casa para melhorar o orçamento familiar. Nessa mesma época, vários movimentos reivindicatórios e sindicais lutavam pelos direitos das mulheres no mundo do trabalho. Diante destes problemas e das manifestações e mudanças sociais que aconteciam no país, as militantes da Ação Integralista Brasileira vieram convocar as brasileiras para reassumir os seus verdadeiros deveres, suas responsabilidades com o lar, os filhos, o marido e, principalmente, a pátria.
A Ação Integralista Brasileira foi um movimento doutrinário político criado em 1932 por Plínio Salgado, aproximando-se em alguns aspectos do modelo das doutrinas do fascismo italiano e do nacional-socialismo alemão. Ele surgiu na sociedade com uma bandeira de luta nacionalista e em defesa das tradições e dos valores morais da época. Contra o comunismo, o liberalismo e a desordem, os integralistas lutavam por uma “revolução espiritualista”. Em seu aparato de propaganda discursiva e visual, o grupo investia em um lema construído sobre três palavras fundamentais: “Deus, Pátria e Família”. O símbolo do integralismo era a letra grega Sigma, que representa a soma. O movimento pregava ainda um Estado Integral, política e hierarquicamente centralizado e sem as divisões regionais.
Em defesa de um Estado