Artes

Aristóteles lia salomão?
Você já deve ter ouvido alguém repudiando o estudo da Bíblia. Parece ao mundo que um livro que fala sobre serpentes, frutos proibidos e dilúvio não deve ser levado a sério. Entretanto, tenho observado um fenômeno interessante nos últimos tempos. Pessoas considerando o maior livro de todos os tempos como uma fonte real de conhecimento.

Em menos de uma semana ouvi uma professora dizendo que na Bíblia se pode encontrar as mais perfeitas normas éticas comportamentais. Poucos dias antes, enquanto conversava com um doutor em literatura, ouvi: "Eu sempre leio a Bíblia; é a melhor forma de entendermos o pensamento da sociedade contemporânea."

Novamente, uma professora universitária do curso de História da minha universidade disse, em sala: "A Bíblia é um livro histórico fantástico." Embora muitos desses professores não acreditem que a Bíblia é a Palavra de Deus, ainda assim, dão a ela um destaque que mesmo muitos professos cristãos não dão.

Vi os olhos de acadêmicos brilhando enquanto estudavam sobre a ética de Aristóteles. EmCivilização Ocidental, de Marvin Perry, a ética aristotélica é assim descrita: "[Aristóteles] sustentava... que, com treinamento adequado, as pessoas podiam aprender a dominar seus desejos. Elas podiam alcançar o bem-estar moral, ou a virtude, se evitassem comportamentos extremos e escolhessem racionalmente o caminho da moderação. 'Nada em excesso' é a chave da ética de Aristóteles." (PERRY, p. 68, 2002).

É algo muito interessante e, provavelmente, instigante estudar a ética do justo meio de Aristóteles. Entretanto, muito mais instigante é Salomão, séculos antes da existência de Aristóteles, escrever também sobre a moderação: "Não sejas demasiadamente justo, nem exageradamente sábio; por que te destruirias a ti mesmo? Não sejas demasiadamente perverso, nem sejas louco; por que morrerias fora do teu tempo?" Eclesiastes 7:16 e 17.

Ora, a teoria do sábio do Liceu é interessante, e seria ainda mais se não tivesse