Artes
Reflexos da guerra Nesses primeiros anos da permanência no Brasil praticava uma pintura influenciada pelo Cubismo e pelo Expressionismo, estribada num desenho sintético e numa paleta baixa, na qual predominavam cinzas e terras. Suas figuras e naturezas-mortas davam prova de um despojamento vizinho da pobreza, característica explicável, talvez, pela dura realidade do imediato pós-guerra. Até 1952 Krajcberg permaneceu em São Paulo, efetuando nesse último ano sua primeira individual, no Museu de Arte Moderna.
Florestas e árvores Mudando-se logo em seguida para o interior do Paraná, onde viveria até 1956, Krajcberg afastou-se do circuito das artes, perdendo o convívio com os artistas mais atuantes. Se esse era um fator contra, havia, porém, outro a seu favor: o contato com a natureza retemperou sua visão e afinou seus instrumentos de trabalho. Desse mergulho prolongado no hinterland paranaense, surgiram-lhe em 1956 e 1957 as séries Florestas e Árvores ainda tão medularmente expressionistas.
Relendo a paisagem Já aqui, contudo, não se está diante da produção de um artista que busca representar a natureza, mas sim de alguém que parte da observação da natureza para superá-la, para interpretá-la em termos unicamente pictóricos. Conquistando em 1957 o prêmio de Melhor Pintor Nacional na 4ª Bienal de São Paulo, transfere-se para o Rio de Janeiro, residindo nessa cidade até 1958, quando passa a alternar sua vida entre Paris e Ibiza, nas