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Debater a crise instaurada implica em verificar o processo de precariedade instaurada a grandes coletivos humanos. Processos que se materializam através do aumento da miséria, da violência urbana e rural, do desemprego, da ausência de utopias e da falta de esperança. Partimos do princípio que Marx não diagnosticou a crise final do capitalismo, até por não entendê-la como uma lei natural, mas como uma tendência do modo de produção capitalista, sujeito tanto à precipitação como a adiamentos em virtude de diferentes fatores, sendo central a dinâmica das lutas de classe.11
Acreditamos que um dos princípios que se pode basear uma análise contemporânea da crise do capitalismo monopolista consiste na consolidação de processos desiguais de distribuição de renda. Nas últimas décadas do século XX, a média salarial dos países desenvolvidos foi próxima a 30 (trinta) vezes à dos países não desenvolvidos. Ao mesmo tempo, verifica-se que o aumento da intensidade do trabalho é maior nos não desenvolvidos, superando em 15 vezes a média dos países desenvolvidos. “Ora, se a diferença de salários é 1:15 para produtividade igual, enquanto a taxa de lucro é a mesma no centro e na periferia, há lugar para a transferência de lucro de uma zona para outra – se assim não fosse os lucros seriam, como é evidente, incomparavelmente mais elevados na periferia.” (Dowbor, 1981: 36)
Um desafio que se consolida na construção de estratégias como garantia de produzir para uma massa mundial consumidora empobrecida e expulsa gradativamente do mercado consumidor, tanto nos países desenvolvidos, como em maior escala nos países em condições precárias. Com a redução gradativa do universo de consumidores, desenvolve-se uma estratégia empresarial voltada para o aumento da velocidade de circulação das mercadorias.
Em um processo de crise estrutural do capitalismo, o capital não tem mais condições de se