Artes
“A luta entre tradição e a inovação, que é o princípio de desenvolvimento interno da cultura das sociedades históricas, só pode prosseguir através da vitoria permanente da inovação. Mas a inovação na cultura só é sustentada pelo movimento histórico total que, ao tomar consciência de sua totalidade, tende à superação de seus próprios pressupostos naturais e vai ao sentido da supressão de toda separação.” ( Guy Debord)
A partir da segunda revolução industrial no século XIX e prosseguindo no que se chama agora sociedade pós-industrial ou pós-moderna (iniciada nos anos 70 do século passado), as artes foram submetidas a uma nova servidão: as regras do mercado capitalista e a ideologia da indústria cultural, baseada na ideia e na prática do consumo de “produtos culturais” fabricados em série. As obras de arte são mercadorias, como tudo o que existe no capitalismo. Perdida a aura, a arte não se democratizou, massificou-se para consumo rápido no mercado da moda e nos meios de comunicação de massa, transformando-se em propaganda e publicidade (Andy Warhol era publicitário) sinal de status social, prestígio político e controle cultural.
O contexto necessário para a criação de Arte Pop é o estilo de vida pop, ou melhor, a Arte Pop é em si mesma um subproduto acidental desse estilo de vida, uma cristalização que ocorreu quase por acaso. Só nesse sentido e em nenhum outro é que se pode usar a palavra ESTILO a respeito da Arte Pop. A principal atividade pop, consiste menos produzir obras de arte do que encontrar um sentido, um nexo para o meio à sua volta.
A arte possui valor de exposição, isto é, existe para ser contemplada e fruída. É essencialmente espetáculo, palavra que vem do latim e significa: dado à visibilidade. No entanto, sob o controle econômico e ideológico das empresas de produção artística, a arte se transformou em seu oposto: é um evento