Arte
“Não existe realmente a que se possa dar o nome de Arte Existem somente artistas.” É assim que Gombrich começa a introdução, criticando uma noção de Arte com A maíusculo, que é aquele tipo de postura que toma a arte como uma atividade esnobe ou fetiche. Para Gombrich, não existe um jeito errado de se gostar de uma obra de arte. Fazer com que o espectador lembre de alguém ou de algo querido, pela semelhança da representação é algo tão válido quanto outros motivos.
Gombrich diz que não acredita que o “parecer com o real” deve ser o principal modo de valorizar a arte. Toda arte, inclusive a que busca uma semelhança com o real também é convencional. Para provar seu ponto, Gombrich usa dois ótimos exemplos. O primeiro é sobre a representação de cavalos em corrida. Durante séculos, pinturas mostraram os cavalos congelados na ação com as quatro patas no ar. Com o desenvolvimento da fotografia, provou-se que isso não ocorre na realidade, entretanto durante algum tempo muitos ainda olhavam para pinturas esperando ver os cavalos representados daquele outro modo.
O segundo exemplo que Gombrich utiliza é o processo de produção da obra de Caravaggio chamada “São Mateus e o Anjo”. Feita por encomenda para o altar de uma igreja em Roma, duas versões foram feitas. A primeira foi rejeitada pela Igreja, por representar São Mateus de uma forma humanizada. Nela, o santo começa a escrever milagrosamente, guiado por um anjo. Nada mais apropriado do que mostrar o homem velho, pobre e simples que, tocado pela mão divina, ainda tem dificuldades de postura e manuseio dos objetos de escrita. Entretanto, a Igreja achou que tal representação mundana de Mateus e do anjo não era apropriada e preferiu a versão mais devota.
Em seguida, Gombrich continua a escrever sobre a arte, comparando os processos pelo qual as pinturas são produzidas a ações do cotidiano, como a “simples” disposição de um arranjo de flores, por exemplo. No fundo, ambas