Arte
Tomemos para vanguarda a denotação etimológica de avant-garde: “a frente, o que está na frente” sentido que se ampliou para designar a parte mais radical, agressiva e polêmica de um movimento artístico ocorrido no inicio do século XX.
As diversas tendências de vanguarda (futurismo, dadaísmo, cubismo, expressionismo, surrealismo) colocaram em questão pela primeira vez o estatuto da arte burguesa, usando as formas da rebelião para divulgar suas propostas. Atuando no período que compreende a 1ª e 2ª guerras Mundiais, os artistas se organizam em movimentos (que não tem mais a configuração estável das velhas “escolas”) lançam manifestos e fazem reuniões públicas.
A vanguarda européia se define, assim, como uma possibilidade de antecipar o futuro no presente. Este fato constitui o fundamento de seu valor utópico, a defesa da liberdade de invenção de novos códigos para diferentes manifestações artísticas. Nesse sentido, a ação combativa dos artistas de vanguarda foi fundamental para nocautear, num primeiro momento, a poderosa retaguarda acadêmica: o passadismo clássico,romântico,realista e até simbolista.
Os movimentos de vanguarda conheceram uma rápida mais significativa irradiação para alem de suas fronteiras de origem. Assim é que, no Brasil dos anos 20, há um clima de efervescência e discussão daqueles procedimentos (dadaístas, futuristas, cubistas, expressionistas, surrealistas) aliado ao debate de problemas artísticos e culturais internos. Esta fase que dá ensejo ao surgimento de nosso Modernismo, é chamada heróica, pelo seu cunho desbravador, e ocorre por volta de 1920 a 30, período durante o qual se realiza a conhecida Semana de Arte moderna de 1922. Em Portugal: A Revista Opheu: com o instrumento que firma o Modernismo Português foi um duplo vértice histórico: nela estavam patentes idéias estéticas do passado, apuradas e substituídas pelas escandalosas teorias européias, as chamadas idéias