arte e estetica
Para Schopenhauer o mundo e os objetos do mundo são representações e como tais estão sujeitas às formas do princípio da razão suficiente, ou seja, tempo, espaço e matéria ou causalidade. As representações são elaboradas pelo sujeito, ou seja, pela mente. O próprio corpo é um objeto e os órgãos dotados de sensibilidade são os objetos imediatos, ou seja, aqueles aos quais o sujeito tem acesso independentemente de outros órgãos.
Aquilo que existe independentemente do sujeito, ou seja, a coisa em si, é o que Schopenhauer chama de vontade. Todos os objetos do mundo objetivo são portanto manifestações da vontade. Nossa via de acesso à natureza da coisa em si não é através dos objetos mas através do próprio sujeito, que é uma manifestação da vontade. A vontade não é sujeita às formas do princípio da razão suficiente, isto é, ela não está limitada pelo tempo, espaço e matéria. Apenas suas manifestações, isto é, os fenômenos, estão sujeitos a essas formas.
O primeiro estágio de objetivação da vontade, para que ela possa manifestar-se como fenômeno, constitui as idéias de que falou Platão: os arquétipos eternos de tudo que existe no mundo. A arte consiste na representação dessas idéias. Assim, a arquitetura representa as leis físicas, a pintura representa a forma dos objetos, o drama representa a natureza humana. Por exemplo, um retrato representa a idéia única e eterna do caráter da pessoa. A genialidade do artista consiste em ver e reproduzir a idéia eterna por trás de um objeto do mundo. A obra de arte, por sua vez, permite que pessoas comuns percebam essas idéias eternas, mesmo não tendo a genialidade do artista. A arte é uma ponte entre o mundo das representações e as idéias