Arte e estetica
Por exemplo, quando observamos uma obra de arte, prestamos atenção aos detalhes, à época em que foi feita, e refletimos sobre o que o autor quis nos passar com aquela obra e cada pessoa tira uma conclusão, uma mensagem diferente. Isso é sensibilidade: a capacidade de percepção.
Agora, quando somos expostos a essas imagens, luzes e sons, não refletimos sobre elas. Isso porque, além de ser uma “jogada” muito rápida (onde não podemos observar os detalhes), não há uma mensagem a ser passada, além de que precisamos consumir.
Embora essa exposição não afete profundamente a nossa sensibilidade, ela toca a superfície da sensação, o que nos faz criar um fetiche pelo produto que nos está sendo mostrado.
É como se ficasse uma voz na nossa cabeça dizendo “você precisa disso pra ser feliz”, “isso vai te deixar mais legal”, “pessoas populares usam isso”, “você vai ficar melhor com isso”, e como não refletimos sobre isso, passamos a acreditar que precisamos daquilo, que aquilo realmente vai nos fazer feliz. E aquele produto se torna uma ambição, fazemos de tudo pra consegui-lo.
Então quando conseguimos o produto e percebemos que não ficamos satisfeitos em possuí-lo, o processo se repete.
Por isso Turcke compara esses produtos com comida encontrada em supermercado. Nós precisamos de sonhos (pois é o que nos faz “crescer na vida”) tanto quanto precisamos de comida. Assim como entramos no mercado e, muitas vezes, escolhemos o que vamos comer pela marca ou até mesmo pela estética da embalagem, e não para “matar” a fome, as propagandas nos fazem comprar produtos pela estética, pela sensação de satisfação que aquilo vai nos trazer, e não pela necessidade. Esses produtos são “sonhos prontos” colocados em nossas mentes que, muitas vezes, nos afastam dos nossos verdadeiros sonhos.
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