arte literaria
PAI JOÃO (fragmento)
“A filha de Pai João tinha um peito de
Turina para os filhos de ioiô mamar:
Quando o peito secou a filha de Pai João
Também secou agarrada num
Ferro de engomar.
A pele de Pai João ficou na ponta
Dos chicotes.
A força de Pai João ficou no cabo
Da enxada e da foice.
A mulher de Pai João o branco
A roubou para fazer mucamas.”
Jorge de Lima (1980)
“A literatura não existe no vácuo. Os escritores, como tais, têm uma função social definida, exatamente proporcional à sua competência como escritores. Essa é a principal utilidade.”
OS GENEROS LITERÁRIOS
Gênero lírico
Seu nome vem de lira, instrumento musical que acompanhava os cantos gregos. Por muito tempo, até o final da Idade Média, as poesias eram feitas para serem cantadas.
Nas obras líricas, um “eu” passa uma emoção, o que as torna subjetivas. Pertencem a este gênero os poemas em geral, destacando-se:
Ode e hino – os dois nomes vêm da Grécia e significam “canto”. Ode é a poesia entusiástica, de exaltação. Hino é a poesia destinada a glorificar a pátria ou dar louvores às divindades.
Elegia – é a poesia lírica em tom triste. Fala de acontecimentos tristes ou da morte de alguém. O “Cântico do calvário”, de Fagundes Varela, é sem dúvida a mais formosa elegia da literatura brasileira, inspirada na morte prematura de seu filho.
Idílio e écloga – são poesias pastoris, bucólicas.
Sátira – poesia que se propõe corrigir os defeitos humanos, mostrando o ridículo de determinada situação.
Soneto – o soneto é uma composição poética de catorze versos distribuídos em dois quartetos e dois tercetos. Soneto significa “pequeno som”. Apesar de ser uma forma poética clássica, o soneto encontra adeptos do Modernismo, como bem nos mostra Vinicius de Moraes:
SONETO DE FIDELIDADE
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, se sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se