Arte conceitual

Durante a História da Arte, por séculos os movimentos artísticos, mesmo que baseados em propostas diversas e muitas vezes opostas, apresentaram uma característica comum: o objetivo maior era o resultado final da produção, o visível, o palpável. Um quadro, uma escultura, um afresco, uma gravura. Quer seja no período renascentista, quer seja no Impressionismo, os pontos centrais sempre se resumiram à parte material do processo criativo. Com a Modernidade, novas visões de mundo surgiram e a concepção do que viria a ser Arte sofre renovações. A partir da década de 1960, começou a ser desenvolvida a chamada Arte Conceitual, ou seja, o conceito passou a ter prioridade em relação à beleza estética das obras. O francês Marcel Duchamp é reconhecido como precursor do movimento revolucionário por ser o criador dos ready made: um elemento do cotidiano, aparentemente sem valor artístico, é transportado para esse universo, tendo a sua função modificada. Incorporou materiais de uso comum às suas esculturas, considerando-os já prontos para serem expostos em vez de modificá-los. Este novo entendimento de Arte esteve muito mais ligado ao campo das ideias, às reflexões e pensamentos do artista do que ao objeto exposto em si, que passa a ser dispensável. De fato, não raro o artista é responsável apenas pela idealização da obra; o trabalho braçal é delegado a terceiros. Pode ser expressa de diversas maneiras: fotografias, vídeos, mapas, textos escritos, performances, instalações, Internet Art e Land Art são alguns dos exemplos. Não existem parâmetros perfeitamente delimitados para a classificação do que é Arte Conceitual ou não, uma vez que esta abrange variados aspectos; a análise deve ser feita obra por obra. O público também adquire uma nova função. Em vez de ser passivo no processo de construção da obra, o observador é convidado a refletir sobre os possíveis significados contidos na exposição, sendo retirado da situação confortável de saber pré-avaliar o objeto de arte.