ARTE CEMITERIAL
Além da aparência triste e a sensação de paz presente aos cemitérios, existe também obras arquitetônicas e esculturais de valor histórico, e qualidade estética inegável.
O desenvolvimento da arte tumular no Brasil está ligado à Europa. Porém, os cemitérios brasileiros apenas refletem as tendências das principais metrópoles europeias, e se adaptam à disponibilidade material e cultural.
Em São Paulo, os cemitérios do Araçá e Consolação podem ser incluídos neste restrito grupo de "obras da arte tumular". O cemitério da Consolação abriga obras de Luigi Brizzolara e Brecheret, além das obras de outros artistas encontradas no Recife, Rio de Janeiro e Bahia. Porém, no Brasil parece não existir uma apreciação, mas uma concepção que relaciona os cemitérios a algum aspecto negativo. Neste caso, as visitas limitam-se ao dia de finados e outras ocasiões esporádicas. A beleza das imagens e formas que adornam os jazigos são ignoradas, e os cemitérios tornam-se apenas um depósito de cadáveres.
A arte cemiterial brasileira teve sua ignição ao final do século XIX e início do XX. Nesse momento, foi reunida a disposição de famílias com recursos financeiros e a intenção de construir túmulos suntuosos a partir do trabalho de artistas famosos da Europa, principalmente os italianos. É nesse período que Brecheret produz suas peças modernistas nos cemitérios brasileiros. Emendabili, Oliani e Nicola Muniz denotam monumentalidade e sensualismo em sua esculturas. A presença do nu é considerada uma grande inovação. Todas as obras apresentam um riqueza extrema de detalhes, e uma leveza só atingida por artistas de expressão e talento elevados como os escultores que aqui aportaram.
No Brasil torna-se muito difícil encontrar uma linha cronológica evolutiva da arte cemiterial. Na verdade, não houve uma seqüência lógica, e sim um aglomerado de peças (algumas de procedência duvidosa) dispostas de forma aleatória nas necrópoles. A maioria dos cemitérios não acompanharam o