Arquivologia
No ano de 2003, os Estados Unidos iniciaram as ações militares que marcaram os primeiros confrontos da Guerra do Iraque. Nos meios oficiais, a justificativa para a ação dos Estados Unidos envolvia o interesse de aniquilar as supostas armas de destruição em massa que poderiam ser utilizadas por grupos radicais apoiados pelo ditador Saddam Hussein. Na prática, os EUA tinham o interesse de controlar as reservas de petróleo localizadas em território e recuperar sua imagem política após o 11 de Setembro.
Estendendo-se por sete anos, o conflito acabou fomentando gastos que ultrapassaram a casa dos bilhões de dólares. Ao mesmo tempo, na medida em que as tais armas não foram apresentadas e as mortes de soldados cresciam, a comunidade internacional ampliava sua pressão contra o conflito. Para além dessas questões, devemos igualmente frisar que a ocupação ao Iraque também causou um sério dano ao valioso patrimônio histórico das antigas civilizações orientais que ali viveram.
Em menos de seis meses de ocupação, tendo já derrubado o governo de Saddam Hussein, as tropas norte-americanas ocuparam um imenso sítio arqueológico que ganhou o nome de “Campo Alfa”. Utilizada até o fim de 2004, a região sofreu os diversos efeitos da necessidade que os militares tinham em nivelar os terrenos, abrir trincheiras, construir heliportos, erguer barracões residenciais e montar outras instalações adequadas ao moderno aparato militar das tropas estadunidenses.
A terra removida durante esse tempo e o pesado equipamento que circulava nessa região causou a destruição de vários fragmentos de cerâmica e outros elementos da cultura material babilônica. Tendo em vista que boa parte dos textos da época era registrada em argila, os historiadores e outros pesquisadores perderam uma infinidade de informações sobre o mundo antigo oriental. Na verdade, a utilização do “Campo Alfa” foi apenas a mais visível depredação patrimonial causada pelo conflito.