Arquitetura de Morar
Igor Fracalossi. “Arquitetura de Morar/Severiano Porto” 19 Feb 2015. ArchDaily Brasil.
Severiano Mário Vieira de Magalhães Porto é um arquiteto brasileiro formado pela Universidade do Brasil, Rio de Janeiro, em 1954, conhecido como o “arquiteto da floresta”, ou “arquiteto da Amazônia”. Foi responsável por conceber um modelo único de arquitetura amazônica sustentável, que une técnicas desenvolvidas por ribeirinhos e caboclos com as mais modernas e inovadoras criações da arquitetura.
Em seu texto “Arquitetura de Morar”, Severiano aborda exatamente a sua chegada à Amazônia e os temas que lhe chamaram a atenção. De imediato, a casa, a morada são elementos passíveis de citação pelas suas diferenças quando comparadas centros urbanos maiores, onde a ideia de casa vem sempre acompanhada da necessidade de ser duradoura, e não simplesmente abrigo, morada, como lá.
A imagem do homem urbano vai sendo claramente colocada em comparação com o “homem da terra”, que se molda pela necessidade do que está ao seu entorno, da melhor forma possível. “A certeza de obtenção de recursos para a sua subsistência, o conhecimento de plantas, raízes, que lhe permitia fazer chás e remédios caseiros como se fosse mais um dos seus sentidos, que os habitantes das cidades tivessem perdido por atrofia.”
As necessidades de construção de cada região são evidentemente variáveis, e é necessário explorar, em todo seu interior, as mais diversas possibilidades para que se construa atendendo as necessidades ecológicas e singularidades de cada local.
Em “Arquitetura de Morar”, fica claro que a Arquitetura em si vai muito além do que os estudos, croquis, plantas, e cálculos aprendidos em sala de aula. Arquitetar algo se necessita criatividade, conhecimento do local onde se constrói. Conhecimento este que muitas vezes não se adquire estudando, mas sim vivendo e compartilhando a realidade de determinado local.