Argentina e México - relações entre Estado e massas no século XX
Argentina e México - relações entre Estado e massas no século XX Durante o século XX na América Latina, em especial a partir da década de 30, um fenômeno marcou a política de alguns países. Sua principal característica foi a articulação entre governos autoritários e as massas populares. Por trás desse governo havia um discurso antiliberal das correntes de direita, que apontavam o Estado Forte como solução à possibilidade de revolta popular; temor que advinha desde a independência e se acentuara durante o século XX com a ameaça comunista.1 Embora tenha apresentado essas características comuns, o populismo tomou contornos particulares nas diferentes nações que tiveram esse regime. Se de certa forma o populismo se inspirou nas experiências nazi-fascistas, na América o Estado procurou suas bases no apoio das classes populares, diferentemente do caso europeu que via como principal aliado as classes médias2
No texto “Populismo latino-americano em discussão”, Maria Helena Capelato trata brevemente da temática populista e suas diversas abordagens. Segundo Capelato, ainda que haja concordância entre os historiadores sobre essa natureza do Estado, há um rico debate acerca de suas interpretações. As principais questões sobre a conceituação dos governos populistas dizem respeito a interpretação imprecisa e generalizante, que desconsideram as particularidades nacionais.
Tomando como conceito básico de populismo a sua relação intrínseca com a política de massas (Estado mediador dos conflitos, equilibrando interesses estatais e reivindicações populares, estabilizando assim a política interna) é possível analisar dois casos, que tradicionalmente são considerados expressões típicas do populismo: o caso argentino e o caso mexicano.
Quanto ao governo de Juan Domingo Perón, seu segundo mandato em especial, pode ser considerado populista, durante o período de 1946-1955. Perón estimulou a organização sindical sob novos moldes, o que