aquisição linguagem
Ana Flávia Lopes Magela; AMORIM, Marcel Alvaro de; CARVALHO, Alvaro Monteiro (Orgs.)
Linguística aplicada e ensino de língua e literatura. Campinas: Pontes Editores, 2013. p.187-205
Interação e aquisição de segunda língua: uma perspectiva ecológica
Vera Lúcia Menezes de Oliveira e Paiva
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq)
Apresentação
Neste capítulo discuto o papel da interação na aquisição de segunda língua em uma perspectiva ecológica. Defino o conceito, descrevo seus tipos, recorro a trabalhos que demonstram que a interação é um instinto humano e, em seguida, proponho refletir sobre a interação na sala de aula em uma perspectiva ecológica. Ninguém tem dúvida de que a interação é essencial para a aquisição, mas, ao optar pela perspectiva ecológica, pretendo demonstrar que há tipos de interação que podem trazer empecilhos ao desenvolvimento da língua. Para tanto, utilizo a interação entre plantas em um bioma
como metáfora para compreender a interação humana na sala de aula. Exemplifico cada tipo com excertos de narrativas de aprendizagem coletadas por mim e por colaboradores do projeto Amfale (Aprendendo com memórias de aprendizes e falantes de línguas estrangeiras). Esse projeto possui um banco de dados com centenas de narrativas de aprendizes brasileiros, japoneses, chineses e finlandeses que podem ser lidas em
).
A interação
A palavra interação é formada pelo prefixo inter-, que implica união, reciprocidade, e o substantivo ação que indica que a interação é uma atividade mútua, exigindo o envolvimento de pelo menos duas pessoas e provocando efeito recíproco.
Na linguística aplicada, Ellis (1999, p.1) define interação como "o comportamento social que ocorre quando uma pessoa se comunica com outra1". Ele, também, diz que a interação "pode ocorrer dentro de nossas mentes quando nos