Aquisicao Da Linguagem Oral E Escrita
Castilho Francisco Schneider
INTRODUÇÃO
Behavioristicamente, o termo aquisição de linguagem pode ser aceito sem questionamentos. Já sob o enfoque chomskiano, parece-nos mais convincente empregarmos o termo desenvolvimento da linguagem.
Nessa segunda ótica, o ser humano nasce sem um domínio performativo das modalidades de linguagem que a espécie emprega em suas relações comunicativas, isto é, nasce sem performance linguística. Todavia, mesmo reconhecendo outras concepções em voga, é difícil discordar do pensamento de Chomsky, o qual postula que nascemos dotados de competência linguística e que a habilidade de desenvolver a linguagem
(em especial a língua falada) é inata no ser humano.
Também nos parece natural que a fala preceda a escrita e, na evolução da espécie, certamente, essa precedência abrange vários ou muitos milhares de anos. Da mesma forma, para a maioria dos usuários de uma língua, sem desmerecer a importância da escrita, a modalidade oral parece ser bem mais importante.
O desenvolvimento das linguagens oral e escrita envolve, naturalmente, e pela ordem, os sentidos da audição e da visão, o que, por outro lado, não impede que os portadores da ausência desses sentidos desenvolvam competências de fala e escrita, fato que só vem enfatizar o reconhecimento de que as capacidades comunicativas verbais são inerentes ao ser humano.
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Para compreendermos, com mais clareza, a questão do desenvolvimento (aquisição) da linguagem oral e escrita, é necessário traçar uma distinção entre linguagem, língua e fala.
A noção de linguagem é tão abrangente que não há exagero em afirmar, e os estudos etológicos estão aí para comprovar, que todos os seres vivos, de alguma forma, têm sua linguagem. Até mesmo as plantas se comunicam entre si, de acordo com os fascinantes estudos de
Tompkins e Bird. Mas, em termos mais específicos, linguagem, sob a ótica chomskiana, é a capacidade inata que todo ser