aproveitamento da cana de açucar
POZOLANA EM CONCRETOS DE ALTO DESEMPENHO E BAIXO IMPACTO
AMBIENTAL
1. INTRODUÇÃO
O concreto de cimento Portland é o principal material de engenharia utilizado pelo homem. Desde a antiguidade, misturas contendo água, agregados e compostos aglomerantes têm sido empregados na construção de estruturas, que resistem, mesmo após milhares de anos, a ações intempéricas diversas. A elevada resistência mecânica, aliada a fatores como custo relativamente baixo, versatilidade de formas e rapidez na construção, garante o uso do concreto em aplicações diversificadas, como edificações, pontes, viadutos, túneis, barragens e pavimentos. Estimativas atuais prevêem uma produção de cerca de 1,7 bilhões de toneladas de cimento
Portland anualmente no mundo, quantidade suficiente para a produção de mais de 6 km3 de concreto por ano ou pelo menos 1 m3 de concreto por habitante (GARTNER,
2004).
Há, no entanto, um desafio a ser enfrentado pela indústria do concreto nos dias atuais, que consiste na coexistência do desenvolvimento tecnológico e da preservação do meio ambiente, principalmente em função dos problemas associados ao cimento Portland, seu principal constituinte. A produção de uma tonelada de cimento consome cerca de 5 GJ de energia (STRUBLE e GODFREY, 2004) e requer aproximadamente 1,7 toneladas de matéria-prima, basicamente composta de calcário e argila. A indústria cimenteira mundial é responsável, ainda, pela emissão de cerca de uma tonelada de dióxido de carbono (CO2), por tonelada de clínquer produzido, além de outros gases intensificadores do efeito estufa, como CO,
CH4, NOx, NO2 e SO2, em proporções menores (MEHTA, 2002). MALHOTRA (2002) estima que cerca de 7% de todo CO2 antrópico emitido no mundo são provenientes da produção de cimento Portland.
Dentro deste contexto, nos últimos anos têm-se intensificado os estudos visando redução da produção de clínquer pela indústria cimenteira, ou