Aprendizagem
Todos dizem que o Brasil é um país sem memória. Parece que a coisa vai piorar: A nova moda no Ensino Superior é que os alunos sempre consultem a bibliografia na hora de fazer provas.
Nada contra esta prática, pois ela faz com que o aluno recorra à pesquisa bibliográfica – e isso é muito bom! Só penso que se banirmos completamente o exercício da memória estaremos atrofiando um componente fundamental para o bom funcionamento do cérebro de qualquer pessoa: a memória. [...]
Essa reflexão instigante nos remete a uma questão que é central no debate educacional: O perfil da avaliação da aprendizagem – seus critérios e propósitos. A evolução histórica do conhecimento humano, a fenomenal quantidade de conteúdos produzidos pela civilização coloca em cheque um processo de ensino que se limite a transmitir conhecimentos. É consenso hoje que a simples memorização de conteúdos é inócua e que o ensino deve transpor esse nível. A conquista pelo homem contemporâneo de um instrumento de armazenamento de informações universal, disponível em uma rede que funciona 24 horas sobre 24 horas, sem fronteiras geográficas, lingüísticas ou barreiras políticas, aliada a potentes ferramentas de busca, parece ser um fato que argumenta de forma contundente na consideração dessa inocuidade da memorização mecânica.
O que, no entanto, torna a busca do conhecimento ainda precária, perra, lenta, pesada, difícil para a grande maioria dos estudantes universitários? Essa pergunta talvez nos leve a vislumbrar quais procedimentos, habilidades, atitudes ou posturas precisariam ser desenvolvidos pelos professores nos (com) seus alunos em sala de aula para atingir aquilo a que se propõem as instituições de ensino universitário - formar profissionais qualificados na sua área, capazes de atualizar-se e de usar a sua competência técnica com ética e responsabilidade social. Essa ampla expectativa da sociedade em relação ao papel da universidade é uma lente