Não adiantaria eu falar qualquer coisa sobre a maior seleção da história e sua maior desgraça enquanto tinha em mim aquela tristeza que milhões de brasileiros também tinham, e que teimavam em tentar disfarçar procurando culpados num campo onde todos aqueles que usaram a camisa amarela do Brasil eram mais vítimas do que realmente culpados. Portanto resolvi esperar um pouco, refletir e falar sobre aquilo que movimenta a minha vida, que é o verdadeiro esporte, o verdadeiro futebol. A primeira coisa que todos deveriam entender é que não se encontra culpados em 90 minutos de uma semifinal de Copa do Mundo. Esses jogadores do Brasil são vítimas do anti desporto que foi praticado nos últimos anos. O futebol do dinheiro, das cifras altas, dos contratos milionários. O futebol rico encantador de meninos (que nem sombra são daqueles que um dia construíram nosso futebol com amor e paixão aflorada na pele) hoje destrói o esporte fingindo ser um esporte. O esporte que hoje não dá glórias, mas dinheiro. Dinheiro transformado em falsa glória. A culpa não é só dos que entram em campo. O Brasil e sua última geração vencedora acabou há oito anos, e nada foi feito. Desde então uma identidade falsa foi criada em torno de jogadores que mesmo bons, são inferiores aos que escreverem na história o último título brasileiro num Mundial. Nossos times menores, reveladores de craques continuaram sendo extintos pelas cifras das federações que pouco fizeram para salvar os maiores celeiros de novos talentos para o nosso futebol. Estes sim, ganhando pouco e jogando muito, fazendo por amor e buscando dias melhores, e não mansões e carros importados. Enquanto isso estão tratando meninos de treze ou quatorze anos como estrelas, antes mesmo de um dia terem feito algo pelo futebol. É difícil encontrar quem saiba gerir esse tipo de situação. A culpa não é só de quem escala o time. Os técnicos brasileiros jamais tiveram um choque de realidade a ponto de buscarem se qualificar para serem os melhores do