Aprender a Observar
1. Notamos a presença dos estranhos, porque, simplesmente ela não pode ser ignorada, e por isso encontramos dificuldades em lhes conferir sentido. Não são nem próximas nem distantes, e não sabemos exatamente o que delas esperar – nem de nós.
2. Todos os nossos conhecimentos e habilidades adquiridos se tornariam questionáveis, inúteis, prejudiciais e mesmo suicidas, não fosse o fato de os bem -demarcados limites nos enviarem sinais quanto ao que esperar e como nos conduzir em contextos particulares.
3. O antropólogo Anthony Cohen afirma que a ideia de fronteira é essencial para o esforço de entender os limites de nossa autoconsciência ao longo da tarefa de compreensão de quem se localiza fora dos pontos simbólicos de demarcação.
4. Mary Douglas enfatiza que fronteiras não são apenas negativas, mas também positivas, porque os rituais estabelecem formas de relação social que permitem as pessoas conhecer suas sociedades.
5. Um exemplo deste processo é a erva daninha, elas em geral tem boa aparência e cheiro bom, mas falham porque chegam sem convite a um lugar que demanda ordem.
6. Em face da permanente ameaça de ambiguidade e desordem, o desejo de ordenar o mundo é custoso não só para nós mesmos, mas também para aquelas pessoas e coisas que acreditamos causa de distúrbio na harmonia.
7. Os limites de um grupo podem ser ameaçados, atacados e atingidos tanto interna quanto externamente. Aqueles que trocam seu lugar pelo nosso consumam um feito que nos faz suspeitar de que tenham algum poder ao qual não podemos resistir, e assim, nos sentimos desconfiados em sua presença.
8. Existem nomes que simbolizam reprovação, aversão, e desdém, são elas: “Neófito”(alguém que se converteu a nossa fé), “nouveauriche”(novo rico), “alpinista social”(aquele que rapidamente foi promovido a uma situação de poder).
9. As formas segundo as quais vivemos, o tipo de vida que nos dá segurança e conforto ficam então expostos ao que