Aprendendo a ser psicoterapeuta
Desde Freud, criador do sistema psicanalítico com sua idéia pautada na conservação da energia da libido, mantendo-se constante no psiquismo e caminhando por diferentes tendências até a de cunho existencial, vamos encontrar estudos relacionados à difícil tarefa de tornar-se psicoterapeuta, de acompanhar o crescimento de outro ser humano, dificuldade essa independente das mais variadas abordagens psicoterápicas.
Neste estudo, o enfoque será o de Jacob Levy Moreno, para quem a criatividade no papel de psicoterapeuta deverá estar presente, enriquecendo-o e transformando-o.
A cristalização no papel é a conserva cultural, a estagnação, a permanência no igual, na repetição. Supomos que alunos em formação, em sua maioria em fase final de adolescência ainda afirmando sua identidade, estariam enfrentando um processo de crescimento no papel de terapeuta, podendo experienciá-lo com maior ou menor espontaneidade.
Ao constatar as naturais e esperadas dificuldades dessa população de futuros profissionais no convívio que vimos tendo como supervisora daqueles, mostrou ser de relevância aprofundar este tema.
A responsabilidade e complexidade da tarefa de responder terapeuticamente ao pedido de ajuda de outro ser humano justifica a necessidade de maior consciência do futuro profissional sobre a concepção a respeito do que é ser psicoterapeuta e sua implicação de ordem prática na qualidade da sua formação profissional.
Os objetivos foram: identificar a concepção dos estagiários de Psicologia Clínica sobre o que é ser psicoterapeuta, esclarecer fatores impeditivos no exercício desse papel e propor formas de possíveis soluções, proporcionar aos estagiários oportunidade de reflexão sobre a importância de sua tarefa e responsabilidade junto ao paciente, investigar as categorias espontaneidade-criatividade, na concepção daqueles, sobre o que é ser psicoterapeuta enquanto papel social a ser desempenhado por eles no contexto terapêutico.