Apostila unip ciencias sociais
Discuta se o aumento vertiginoso da criminalidade nos últimos anos no Brasil e em outras sociedades permite ainda classificar o crime como um fato social normal. Para Durkheim, o crime não se observa apenas na maior parte das sociedades desta ou daquela espécie, mas em todas as sociedades de todos os tipos. Não há nenhuma onde não exista criminalidade, mas sempre houve homens que se conduziram de maneira a atrair sobre si a repressão penal. Se, pelo menos, à medida que a sociedade evoluísse, o índice de criminalidade tende a diminuir, poder-se supor que o crime, embora permaneça um fenômeno normal, tenderia a perder esse caráter. A estatística fornece o meio de acompanhar a marcha da criminalidade, e por toda parte ela aumentou.
Para ele, não existe fenômeno que apresente da maneira mais irrecusável todos os sintomas da normalidade, pois ele se mostra intimamente ligado às condições de toda vida coletiva. Fazer do crime uma doença social seria admitir que a doença não é algo acidental, mas ao contrário de alguns casos da constituição fundamental do ser vivo. Pode ocorrer que o crime tenha formas anormais, decorrentes de um excesso de natureza mórbida. O que é normal é que haja uma criminalidade, que não ultrapasse determinado nível fixado.
Durkheim exibe o crime como fenômeno sociológico normal, necessário e útil, um fator de saúde pública, parte integrante de qualquer sociedade. Na verdade afirma que o crime é normal porque uma sociedade que dele estivesse isenta seria inteiramente impossível. Para o sociólogo, o crime consiste num ato que ofende certos sentimentos coletivos dotados de uma energia e de uma clareza particulares. Assim como não pode haver sociedade em que os indivíduos não divirjam em maior ou menor, é também inevitável que entre essas divergências existam algumas que a presentem um caráter criminoso. Portanto, o crime é necessário, por estar