apostila ipt 2013
ÍNDICE
1. As condições de Leitura e Leitor
2. A Linguagem Não Verbal
3. Oralidade e Escrita
4. Noções de Texto: Unidade de Sentido
5. Gêneros Textuais e Domínios Discursivos
Texto: O texto na era digital
Texto: O desvio da concordância
Texto: O vício que dói no ouvido
Texto: A redação do Correio Eletrônico
Coesão e Coerência Textuais
Texto: O valor da clareza
Texto: As confusões entre “a” e “há”
Texto: Quando a crase muda o sentido
1. AS CONDIÇÕES DE LEITURA E O LEITOR 1
1.1 O QUE É LER?
É um processo que visa a reconstruir o planejamento do discurso de alguém. O aluno brasileiro, produto do ensino tradicional, é capaz, via de regra, de se tornar um leitor da palavra, apropriando-se dos significados e os reproduzindo, ou seja, é o chamado processo de decodificação (capacidade de reconhecer e de transformar os signos gráficos em linguagem oral). Exemplos disto: o reconhecimento do alfabeto; a transcrição e a leitura oral de um texto, elementos que não o tornam um leitor crítico, capaz de interpretar textos e, evidentemente, de produzi-los — a leitura crítica torna-o apto à construção do seu próprio texto, transformando-o num gerador de expressão.
Por que leitores diversos, frente a um mesmo texto, têm interpretações diferentes? Isto ocorre devido a três fatores: cada ser humano tem dentro de si o que se poderia chamar de "universo de experiência" (conhecimentos já adquiridos e fatos por, também ele memorizados chamados de conhecimentos prévios), "universo de crença" (conjunto de proposições que ele tem por verdadeiras, ou que acredita serem verdadeiras) e "mundos possíveis" (incertezas quanto ao futuro).
Estes três fatores permitem organizar uma visão de mundo muito própria e particular, através dos diferentes recortes que ele faz. Portanto é mediante essa interação dos diversos níveis do conhecimento de mundo, que o leitor constrói o sentido