Apolíneo vs Dionisíaco
O grande e maior filósofo da modernidade é Nietzsche. Seu nome inteiro é impronunciável e im-digitável. Com seu grande bigode, Nietzsche iniciou a explanação de seu pensamento com uma meditação sobre o espírito artístico do ser humano.
Por que não política? Por que não religião? Bom, Nietzsche seguiu a onda: foi ao cerne da civilização, ou melhor, procurou naquilo que a civilização européia que se via no direito de conquistar o mundo julgava como centro de sua superioridade. Hegel foi na arte falar bastante em civilização e a civilidade na arte. A arte marcava a civilização como tal.
Dentro do fazer arte, Nietzsche distinguiu dois “espíritos” (não sei falar alemão, então não sei qual é a palavra para espírito): o Apolíneo e o Dionisíaco. Por sua alusão a mitologia grega, todo mundo que curte humanas vai atrás da definição do que é um e o que é outro. E é muito interessante é que tem artigo espalhado por aí que mistura os dois e confunde a cabeça de quem não lê só um texto.
O espírito apolíneo é o espírito da Forma. Das artes plásticas, da perfeição técnica. O espírito de Apolo é como um sonho, em que essa perfeição idealizada, treinada, surge para inspirar, para mostrar-se ou de que dela usufruíamos palavrinha esquisita, né?
O espírito do deus do vinho é a força que esquece. As artes dionisíacas não tem forma: são a dança e a música; contagiam e despertam. O espírito de Dionísio destrói a individualidade, ou seja, a forma na qual o indivíduo se plasma (até porque as formas são de caráter apolíneo). O espírito dionisíaco é o que não respeita ser formado: não respeita formuladores, controles. Nietzsche o aproxima do estado de embriaguez.
Para o grande alemão a verdadeira arte nasce do encontro desses dois espíritos, tal como a vida se dá no encontro dos dois sexos: ora se fundindo e ora opondo-se.
http://teoiraseahistoria.blogspot.com.br/2011/07/apolineo-vs-dionisiaco.html