Filosofia de Nietzche
A filosofia de Nietzsche marcou uma profunda ruptura na cultura ocidental. Crítico da racionalidade imperante, afirmou a primazia de tudo àquilo que fora recalcado, como a vida instintiva.
Dionísio e Apolo
Numa das suas primeiras obras, Origem da Tragédia (1871), Nietzsche distingue na cultura grega dois princípios fundamentais, e que irão servir de matriz para analisar a cultura europeia: o Apolíneo e o Dionisíaco.
O princípio Apolíneo (do deus Apolo), simboliza a serenidade, claridade, medida, racionalidade. Corresponde à imagem tradicional da Grécia Clássica e que aparece frequentemente associado às figuras de Sócrates e Platão.
O Dionisíaco (do deus Dionísio), simboliza as forças impulsivas, o excesso transbordante, o erotismo, a orgia, a afirmação da vida e dos seus impulsos (força, vontade).
Estes dois princípios estavam presentes na tragédia e na cultura grega, antes da influência de Sócrates se fazer sentir. Ele submete os impulsos vitais e a sua energia excessiva aos constrangimentos da razão. Esta viragem na filosofia coincide com aquilo que Nietzsche considera a decadência da tragédia, preconizada por Eurípedes, mas também ligada ao aparecimento da comédia.
A partir de Sócrates-Platão, a cultura ocidental seria marcada pela repressão dos instintos vitais e a negação do prazer.
Homem Doente
Dotado de um pensamento reducionista, o "homem teórico" encara o mundo pelos olhos da lógica e da ciência, descobrindo uma ordem cósmica onde existe o caos. Repudia tudo aquilo que se mostra incerto, misterioso ou irracional, munindo-se para este combate de poderosos instrumentos como a Culpa ou o Ressentimento. Mostra-se igualmente incapaz de aceitar o sofrimento e as contradições da vida. O homem doente procura sempre uma consolação para os seus fracassos, imagina um outro mundo onde obterá aquilo que abdicou de lutar na terra.
Eterno Retorno
A visão da história da humanidade, segundo Nietzsche, assenta na