Apologia de Sócrates
A Apologia de Sócrates é uma obra estruturada sobre a forma de diálogo e na se encontra o discurso dado por Sócrates, que consiste na sua defesa contra as acusações feitas por alguns cidadãos da sua cidade, Atenas. Esta foi escrita por um dos discípulos deste filósofo, Platão. Nessa altura verificava-se um aumento do número de sofistas, que eram indivíduos que educavam aos homens gregos a arte da oratória e da retorica, ou seja, a falarem bem, com eloquência, e a saberem argumentar (este tipo de educação tinha um custo bastante elevado, podendo variar de acordo com cada sofista). Quanto melhor preparado fosse o homem, maiores seriam as suas capacidades de persuasão e argumentação, conseguindo a aprovação de projectos que serviam os seus interesses e não os do povo.
Os filósofos levantaram a voz contra o que estava a acontecer na sociedade, mostrando aos homens que a verdadeira sabedoria não consiste em falar bem, levando-os a chegarem a conclusão que nada sabem sobre os assuntos conversados. Devido a isto, os filósofos passaram a ser odiados pelos sofistas, levando a morte de alguns dos primeiros, como por exemplo, Sócrates.
Verdade versus Persuasão
Esta relação de oposição estabelece-se logo no inicio da Apologia. Percebemos que, enquanto que a verdade tem como valor subjacente a razão, a “voz divina”, como Sócrates a caracteriza, a persuasão em nada é verdadeira. Verifica-se tal facto pois o próprio filósofo o identifica, afirmando que tudo aquilo que fora dito pelos acusadores não era verdadeiro. No entanto, estes têm a capacidade de fazer com que as pessoas que os ouvem sejam rapidamente convencidas por aquilo que dizem, através de discursos nem sempre claros e com um vocabulário não perceptível a todos. No entanto, quando submetidos a uma análise, percebe-se que esses mesmos discursos que inicialmente aparentam ser verdadeiros e bastante concisos não possuem qualquer conteúdo, sendo que, na maioria dos casos, a própria