Apologia de sócrates
“O que vós, cidadãos atenienses, haveis sentido, com o manejo dos meus acusadores, não sei (...) Contudo, não disseram, eu afirmo, nada de verdadeiro. Mas entre as muitas mentiras que divulgaram, uma, acima de todas, eu admiro: aquela pela qual disseram que deveis ter cuidado para não serdes enganados por mim, como homem hábil no falar.” (p.43)
“... Essa me parece a sua maior imprudência, se, todavia, não denominam ‘hábil no falar’ aquele que diz a verdade.Porque, se dizem exatamente isso, poderei confessar que sou orador, não, porém, à sua maneira.” (p.43)
“...Porquanto, há o seguinte: é a primeira vez que me apresento diante de um tribunal, na idade de mais de setenta anos, por isso, sou quase estranho ao modo de falar aqui...” (p.43)
“... Sócrates comete crime e perde sua obra, investigando as coisas terrenas e as celestes, e tornando mais forte a razão mais fraca, e ensinando aos outros. – Tal é, mais ou menos, a acusação...” (p.47)
“... Perguntai-vos uns aos outros se qualquer de vós jamais me ouviu orar, muito ou pouco, em torno de tais assuntos, e então reconhecereis que tais são do mesmo modo, as outras mentiras que dizem de mim.” (p.47)
“... Ouvi-me. Talvez posso parecer a alguns de vós que eu esteja gracejando; entretanto, sabei-o, eu vos direi toda a verdade. Porque eu, cidadãos atenienses, se conquistei esse nome, foi por alguma sabedoria. Que sabedoria é essa? Aquela que é talvez, propriamente, a sabedoria humana...” (p.49)
“... Uma vez, de fato, indo a Delfos, Xenofonte ousou interrogar o oráculo a respeito disso e – não façais rumor, ó cidadãos, por isso que digo – perguntou-lhe, pois, se havia alguém mais sábio que eu. Ora, a pinotisa respondeu que não havia ninguém mais sábio. E a testemunha disso é seu irmão, que aqui está.” (p.49)
“ Para procurar, pois, o que queria dizer o oráculo, eu devia ir a todos aqueles que diziam saber