Apologia de socrates
Escrito por Paulo Rogerio Sequeira de Carvalho
Sócrates em sua defesa sincera diante do tribunal ateniense mostra que o papel do verdadeiro filósofo é o de trazer luz à mente humana, mostrando o caminho da razão, diz que “uma vida sem reflexão não vale a pena ser vivida”, com isso quis dizer que não devemos aceitar como verdadeiro e definitivo aquilo que nos é imposto, e sim questionarmos aquilo que pensamos estar correto. Em nenhum momento, segundo Platão, Sócrates faz concessões, pois aceitar pagar uma multa seria admitir a culpa de que a própria conciência não o acusava e fugir seria confessar algo que ele não havia cometido.
[...] Talvez alguém diga: “Sócrates, será que você não pode ir embora, nos deixar em paz e ficar quieto, calado?”, essa é uma fala comum das pessoas que são guiadas pelo senso comum, são pessoas que justamente por não estarem convictas do que pensam não estão abertas à discussão. Sócrates fez o papel do “desmitizador”1, que guiado pela razão não se submeteu ao oráculo, ao contrário tentou decifrá-lo, como Heráclito, e com isso a razão não se contraiu, antes se expandiu, e, porque o absoluto é sua meta(da razão) e seu ponto de referência, ela pode e deve traçar um itinerário que não conhece limites2. Como Sócrates ao falar de política imbuía no discurso também a moral, que é fundamental, começou a incomodar a alta “corja” ateniense, sendo acusado de agitador..., mas isso não fez com que ele negasse a sua missão e com dignidade preferiu aceitar a morte do que renunciar aos próprios ideais.
[...] Caso lhes pareça que eles se preocupam menos com a virtude do que com o dinheiro ou outra coisa qualquer... repreendam-nos como eu repreendi vocês...Talvez Sócrates tenha sido acusado injustamente pelo fato de ter sido o verdadeiro cidadão ateniense. Como em sua época, a Cidade-Estado estava corrompida moralmente, tentando mostrar o que é ser um homem pleno de espírito aos jovens, que seriam o