Apocalipse
A avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini é uma importante via arterial da cidade de São Paulo. A avenida insere-se em uma área de expansão econômica que acompanha a trajetória da cidade ao longo do século XX. A construção da avenida ocorreu, porém, apenas na década de 1970 e foi acompanhada de polêmica, tendo sido analisada por alguns estudiosos de planejamento urbano que lhe atribuem um "desastre social", visto que a chegada das grandes empresas teria expulsado daquela região a população de baixa renda que ali vivia.
O local da avenida era, até o fim dos anos 1960, uma área pantanosa, repleta de pequenas chácaras,casas modestas, favelas flageladas pelas constantes enchentes do córrego Aguas Espraiadas, a pouco mais de dois quilômetros de uma avenida larga, mas sem infra-estrutura.
Comparação Berrini 1980/2002_fonte:WWW.brooklyn.com.br
Em 1975 três arquitetos - os irmãos Carlos e Roberto Bratke, com seu primo Francisco Collet - estabeleceram-se na Rua Funchal, a fim de fugir dos altos aluguéis da região da Avenida Paulista e com US$20 mil que estavam destinados a uma viagem à Europa, os primos compraram cerca de 30 terrenos na Berrini, entre 1974 e 1976. Ainda em 1975 o escritório de Bratke ergueu o primeiro prédio comercial na avenida. Seu plano era construir prédios no começo, no meio e no fim da avenida, que tratariam de arborizar, para a valorização da área. Por muitos anos, assim, a construtora Bratke-Collet reinou praticamente sozinha no território que havia desbravado. A avenida, cujo terreno era conhecido como "dreno do Brooklin", que recolhia água dos córregos da região, acabou construída cobrindo o dreno, não para tentar solucionar problemas viários como é comum nos planos urbanos de São Paulo, o que fez Bratke declarar em 1992 que "no início a Berrini era uma avenida ligando nada a lugar nenhum".
AS EDIFICAÇÕES
Sem apoio do poder público, em dez anos já tinham construído mais de 300 mil metros