Aplicações da Genética
Desde os primeiros estudos de Mendel até os dias atuais, a área da genética conseguiu definir os cromossomos, descobrir o DNA, sua estrutura e o código genético, chegar à clonagem e ao seqüenciamento de genomas. Alguns benefícios destes avanços podem ser encontrados em áreas como as da agricultura, saúde e melhora do meio ambiente.
A agricultura e a pecuária foram os primeiros setores beneficiados pela genética. Há mais de dez mil anos, muito antes do surgimento dessa ciência, quando o homem passou a praticar o cultivo de alimentos e a criação de animais, ele já selecionava as sementes das melhores plantas para replantio e os animais mais fortes e produtivos para procriação. Com as técnicas de seleção direcional de plantas mais produtivas e adaptadas, a hibridação por cruzamentos, e, mais recentemente, o advento dos transgênicos, os resultados em termos de produtividade e resistência a pragas, doenças e estresses ambientais como seca e frio aumentaram substancialmente. A produção de bicombustíveis, com destaque para o etanol e o biodiesel, foi também transformada pelo melhoramento genético vegetal, levando à obtenção de plantas mais resistentes, ao aumento da produtividade das culturas, e à melhor utilização do espaço de cultivo.
As intervenções sobre o material genético de animais e vegetais também deram origem a alimentos com propriedades nutricionais diferenciadas, visando melhorar a saúde de seus consumidores. Os estudos nutrigenômicos, que integram tecnologias genômicas e ciências nutricionais, objetivam obter alimentos mais ricos em proteínas ou micronutrientes com atividades funcionais de importância médica, favorecendo a boa saúde humana.
Na medicina, os testes genômicos podem auxiliar no diagnóstico e no prognóstico de doenças. De acordo com Oswaldo Keith Okamoto, professor do Departamento de Genética e Biologia Evolutiva do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP), “é a medicina personalizada, em que a