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Fatores Causais

Diante do fenômeno do aumento da freqüência das DORT, estudiosos têm tentado explicar sua gênese através de várias teorias. Serão apresentadas a seguir, algumas características de algumas delas. Apesar das dificuldades decorrentes da falta de um conhecimento sedimentado sobre o tema, parece estar se formando o consenso de que as DORT resultam do entrelaçamento de três conjuntos de fatores envolvidos na dor músculo-esquelética:

fatores biomecânicos presentes na atividade; fatores psicossociais e relacionados à organização do trabalho; e fatores ligados à psicodinâmica do trabalho, ou os “desequilíbrios” psíquicos gerados em certas situações especiais de trabalho na gênese do processo de adoecimento.

A primeira hipótese explicativa para a doença foi a biomecânica, segundo a qual o surgimento de problemas músculo-esqueléticos relacionados ao trabalho seriam devidos às reações adversas do organismo em resposta às exigências biomecânicas da atividade, que seriam, em tese, superiores à capacidade funcional individual. Para verificação dessa hipótese torna-se necessário quantificar as exigências mecânicas sobre os tecidos moles e observar as reações desses tecidos. Estas reações podem ser mecânicas, com a variação do comprimento, volume ou ruptura das estruturas; ou fisiológicas, observando-se mudanças na vascularização e nutrição, na concentração iônica e nas características do potencial de ação muscular.

Entretanto, a partir das evidências de desenvolvimento de síndromes dolorosas músculo-esqueléticas em trabalhadores não expostos a tarefas com forte componente físico ou biomecânico, iniciou-se a investigação da contribuição dos fatores psicossociais presentes nos ambientes de trabalho no adoecimento. Estes estudos permitem afirmar a importância da organização do trabalho para o desenvolvimento das lesões. Ou seja, os fatores biomecânicos constituem fatores de risco, dependendo das margens que a organização do trabalho deixa para que o

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