Aparelhos Ideológicos de Estado e Aparelho Repressivo do Estado
Aparelhos Ideológicos de Estado recebem a sigla AIE. E designam realidades que se apresentam na forma de instituições distintas e especializadas. São eles:
AIE religiosos (o sistema das diferentes Igrejas);
AIE escolar (o sistema das diferentes escolas públicas e privadas);
AIE familiar;
AIE jurídico;
AIE político (o sistema político, os diferentes Partidos);
AIE sindical;
AIE cultural (Letras, Belas Artes, esportes, etc.);
AIE de informação (a imprensa, o rádio, a televisão, etc.).
A função dos AIE é reproduzir e manter a ideologia e a ordem vigente. Existem os aparelhos de repressão do Estado (polícia, Forças Armadas), que tem a função de manter o restabelecer a ordem em situações conturbadas.
Aparelhos Repressivos do Estado na teoria marxista compreende o governo, a administração, o exército, a polícia, os tribunais, a prisões, etc. Repressivo porque o Aparelho de Estado em questão funciona através da violência (física ou não, como a violência administrativa), pelo menos em situações limite.
Na teoria política poulantziana, como em boa parte da teoria política marxista, o poder, a violência (repressão) e o Estado aparecem estritamente relacionados. A coerção e ameaça sobre o corpo são, segundo Poulantzas, condições para a existência e manutenção do poder nas sociedades modernas. O poder e o domínio moderno baseiam-se na violência física, embora ela não transpareça no cotidiano. Nas formas de poder e domínio das sociedades modernas os vários procedimentos de criação de consenso (produzidos em grande parte pelos aparelhos ideológicos) desempenham o papel principal, mas a violência física continua a ser o elemento central e determinante do poder político.