Análises de custo de servir e o impacto na relação entre indústria e varejo
RESUMO:
A relação entre indústria e varejo sempre foi caracterizada pelo jogo de poder entre ambos. No primeiro momento, a indústria tinha uma vantagem pois com seus produtos e altos investimentos de marketing elas ditavam as regras do mercado. No segundo momento, com o aumento no número de competidores e das opções, os varejistas passaram a exercer um domínio em relação aos clientes, com o “monopólio” dos clientes. Este artigo visa analisar como o uso de técnicas de análise, como o custo de servir, estão alterando esta relação, trazendo uma maior transparência no relacionamento entre indústria e varejo.
1. Introdução
Observa-se que ao longo do tempo o relacionamento entre a indústria e o varejo sempre caracterizou-se por uma constante queda de braço. De um lado estão os produtores, que necessitam de vias de acesso aos consumidores e, de outro, tem-se os varejistas, os “donos” do acesso aos consumidores. Com o forte movimento de consolidação no varejo, as grandes cadeias varejistas adquiriram um maior monopólio do contato com o cliente, fato este que aumentou o seu poder de barganha em relação à indústria.
Aos poucos, uma série de atividades que ficavam sob a responsabilidade do varejo foram sendo transferidas para a indústria. Este fenômeno, denominado de functional shifts, acabou por aumentar os custos operacionais das indústrias no que tange o serviço de seus clientes. O ponto de maior preocupação reside no fato que estas transferências nem sempre reduzem o custo global das atividades, tendo sido fruto de um desiquilíbrio de poder e não de uma parceria efetiva entre empresas.
Como conseguir o equilíbrio entre os participantes deste mercado?
Para recuperar o seu poder de barganha, a indústria teve que recorrer a novas ferramentas gerenciais de modo a identificar corretamente os impactos que todas as iniciativas representavam em sua estrutura de custo. Com o uso de