Análise e reação de Dogville e Laranja Mecânica.
Dois filmes, dois diretores, duas épocas completamente diferentes e um mesmo objetivo: mostrar a verdade nua e crua. Dogville (2003, Lars Von Trier) e Laranja Mecânica (1971, Stanley Kubrick) abordam a violência psicológica com uma realidade até mesmo repugnante. São histórias que possuem ritmos diferentes, mas que, ao final, nos mostram sociedades totalmente falidas e corrompidas.
Laranja Mecânica mostra a personagem central Alex: um garoto inglês que possui um gosto mórbido pela violência desmedida. Junto com os seus “Drugies”, promove ações violentas com tudo que vê pela frente. Já Dogville nos apresenta Grace: jovem que nunca trabalhou na vida, que, fugindo de gângsteres, acaba parando em uma cidade pequena e pacata dos E.U.A., onde nada de importante aconteceu até então. Ambas as personagens passaram por momentos de tortura psicológica, através de estilos completamente diferentes. Alex passou pelo método de recuperação Ludovico, que utilizou imagens violentas e equipamentos científicos para transformar um delinquente juvenil em um cidadão capaz de voltar à sociedade e, depois de ser solto, é violentado por praticamente todos os que ele violentou no passado. Grace, para ficar escondida na cidade, teve que fazer trabalhos para continuar escondida. Mas a pequena cidade acabou se transformando numa prisão sem grades. Mais adiante, após uma tentativa fracassada de fuga, ficou com uma roda de ferro presa em seu tornozelo, sendo submetida a um maior abuso dos moradores de Dogville (que se acomodaram com as ajudas de Grace), inclusive sexual por parte dos homens, o que provocou a quebra dos bonecos de porcelana (uma alegoria dos sete anões da Branca de Neve – metáfora da maçã).
As obras possuem também narradores, ao passo que, em Dogville, a narração torna o filme monótono e no Laranja Mecânica, dá um dinamismo. Ambas possuem referência da cultura pop: a Pop Art está muito evidente na obra de Stanley Kubrick, através dos cenários, dos