Análise sobre "O Fim do Poder"
Com o livro “O Fim do Poder”, Moisés Naím mostrou ser um dos grandes pensadores da atualidade, com teses corretas sobre a obtenção e conservação do poder tanto pelas grandes entidades e pessoas.
As teses de Naím, entretanto, desafiam o livro mais importante sobre política de todos os tempos, “O Príncipe” de Nicolau Maquiavel. Quando escreveu seu livro, Maquiavel não poderia prever as revoluções que justificam as teses de Naím. Maquiavel disse que é preciso evitar que o povo caia nas graças de outros “príncipes” tentando bloquear o contato com estes, o que hoje seria impossível graças à tecnologia e à Revolução da Mobilidade, por exemplo, já que é fácil o acesso à informações de como é a vida em outros países tanto pela internet quanto pelos imigrantes.
É interessante notar que na época de Maquiavel (e também em épocas mais recentes) o poder do papa era imprescindível para o sucesso de um “príncipe” (“o principado que romper com o chefe religioso está destinado ao fracasso” – Maquiavel, N. – “O Príncipe”), e hoje, podemos ver que o papa de já não tem tanto poder e influência quanto antes.
Hoje é possível notar uma descentralização no poder, que nem sempre fica com o “summit” da política e sociedade, e as camadas mais inferiores tem cada vez mais influência sobre as superiores, e portanto a tese de que é preciso estar no topo para agir sobre o povo e sobre a sociedade (a “montanha” que Maquiavel cita em seu livro) está, nos dias de hoje, errada.
Naím também diz que não é possível contar mais com a falta de “virtú” dos adversários, pois estes tem ficado mais inteligentes, experientes e informados com o passar do tempo (ai entra a Revolução do Mais, onde a qualidade de vida e escolaridade das pessoas vem crescendo à medida que estas saem da linha da pobreza e atingem a classe média, uma tendência nos dias de hoje).
Portanto é possível dizer que ao ler Naím e Maquiavel, é possível ter um panorama atualizado de como o