Análise Semiótica de Conto Felicidade Clandestina de Clarice Lispector
Cibele Amoroso de Paiva Reis agosto/2014 A teoria semiótica de Greimas está fundamentada na pesquisa do percurso gerativo de sentido, que se subdivide em três níveis distintos: fundamental, narrativo e discursivo. O primeiro nível – fundamental - diz respeito “...à significação como oposição semântica mínima, base de sustentação das demais etapas do percurso gerativo” (Santoro). Já o nível narrativo, é onde o discurso se narrativiza por meio de ‘transformações’ operadas pelos actantes. E, finalmente, o nível discursivo, onde há uma maior complexidade e concretude do conteúdo. É importante ressaltar que esse percurso é o produto da união entre o plano da expressão e o plano do conteúdo. Outrossim, segundo Santoro, “o texto está, também, sempre ligado a um contexto, que é construção do mesmo texto, e carrega consigo uma ideologia que remete a grades culturais, dialogando com outros muitos textos e situando-se, desta forma, na história e na sociedade”. Logo, a proposta deste texto é a de apresentar a análise de um conto, a partir dessa perspectiva.
O conto escolhido para análise é “Felicidade Clandestina” de Clarice Lispector, renomada autora do modernismo brasileiro. Apesar de ter nascido na Ucrânia, a autora cresce e se torna uma célebre escritora no Brasil. Em 1943 tem seu primeiro romance publicado “Perto do coração selvagem”, livro que escrevera aos dezenove anos de idade. Além de romancista, foi contista, cronista e atuou como jornalista, escrevendo para coluna de diferentes jornais. Reconhecida internacionalmente, Clarice Lispector é um marco para a literatura brasileira. Seu estilo introspectivo é único e marcante. Entre os temas mais recorrentes em seus textos estão a profusão de imagens estranhas, as reflexões metalinguísticas e o teor autobiográfico em muitas narrativas.
“Felicidade Clandestina”, conto que dá nome ao livro publicado em 1971, conta a história de uma menina