Análise semiótica da marca shell
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1. Semiótica Antes de iniciar a análise semiótica da marca Shell, será feita uma pequena introdução aos estudos da semiótica de Charles Sanders Peirce (EUA;1839-1914) e de Ferdinand de Saussure (Suiça; 1857-1913). A semiótica não se limita às linguagens não-verbais, mas preocupa-se também com a linguística, que trata da linguagem verbal e articulada. Apresenta-se como ciência geral dos signos: tudo o que se oferece como signo (coletivo e individual) é parte de seu âmbito de investigações. Assim, compete ao cientista esclarecer não apenas os sinais de trânsito (signo), mas o esquema desencadeado de comportamentos (ou de pensamentos, que podem ser novos signos). A luz vermelha de um semáforo provoca no motorista um complexo de condutas (frear o veículo, desengatar a marcha etc.). Os signos podem ser investigados sob três aspectos: o de suas relações mútuas, puramente formais; o de suas relações com o que querem dizer; e o de suas relações com os usuários. 1.1 Uma preocupação antiga Na Grécia, os sofistas, Platão, Aristóteles, os estóicos, os epicuristas e os céticos realizaram diversas análises semióticas, chegando mesmo a perceber seu relevante lugar na filosofia. Na Idade Média houve considerável desenvolvimento desses estudos entre os lógicos e os gramáticos especulativos. Mais tarde, a teoria foi pesquisada por autores como o racionalista Leibniz e o empirista Locke (que a consideravam equivalente à lógica, enquanto teoria dos signos verbais). Mas foi principalmente a partir do fim do século XIX que as investigações se tornaram mais numerosas e abrangentes, chegando a ultrapassar os campos tradicionalmente englobados na filosofia e ganhando o estatuto de convergência de várias