O império corporativo
Curso de Design
Mateus Kurzhals - História do design
Campinas
2013
O império corporativo
“Pode-se não perceber nada na superfície, mas nas profundezas o inferno está em chamas»
(MANGUNWIJAYA, 1998, apud, KLEIN, 2000, p. 2). São estas as primeiras palavras escritas na obra da
Naomi Klein, Sem Logo. Seu discernimento engloba diversos significados em nossa sociedade pós-moderna, e reflete, ao mesmo tempo, a dualidade do parecer e do ser, da forma e do conteúdo, do simulacro e da realidade. Naomi Klein coloca esta frase em um contexto critico ao gerenciamento das imagens corporativas, que tem como objetivo a manipulação da percepção dos consumidores.
O que são as corporações se não uma personificação referente aos indivíduos pós-modernos, que manipulam a imagem de suas vidas privadas para torna-las públicas e se apropriam de signos, por meio do consumo, para estruturar uma ideia falsa na percepção de outros indivíduos? O poder que uma marca bem planejada e estruturada pode acrescentar para uma empresa é uma prova de que somos indivíduos movidos por linguagens simbólicas, e que, consequentemente, não sabemos, muitas vezes, distinguir a forma do conteúdo (SANTAELLA, 1983, p. 14).
Com base nos conceitos apresentados por Naomi Klein (KLEIN, 2000), pode-se afirmar que hoje em dia as marcas não se restringem, apenas, em representações por meio de estampas em produtos de consumo, mas elas procuram ir além desta mensagem visual. Recorrendo ao branding, as empresas e corporações buscam influenciar os costumes e estilos de vida dos consumidores, que se tornam alvos de todos os possíveis meios geradores de informações. Qualquer tela vazia ainda será preenchida pela tinta de uma empresa, ou seja, nenhum meio que possa servir de base cultural para o público está imune às grandes empresas e corporações.
“Para essas empresas, o branding não era apenas uma questão de agregar valor ao produto. Tratava-se de cobiçosamente infiltrar