análise política sobre Ebola e conjuntura mundial
Normalmente, para uma droga ser disponibilizada para pacientes, ela passa por uma fase de testes. Isso ocorre em doenças como o câncer, em problemas cardíacos e em condições crônicas como MS e Diabetes. Estes testes têm várias etapas, incluindo os testes clínicos em pacientes. Caso a doença seja epidêmica, pode haver uma aceleração no processo e esta foi uma das grandes polêmicas envolvendo remédios no combate à AIDS nos anos 1980 nos Estados Unidos.
No caso do Ébola, já há uma aceleração. Mas será impossível terminar os testes e fabricar doses em número suficientes de ZMapp no curto prazo, demorando meses. Por enquanto, apenas macacos foram testados. O processo talvez termine apenas em 2015. O mesmo vale para outros medicamentos em fase de testes.
Ainda assim, dois médicos americanos tomaram o ZMapp e sobreviveram ao Ebola. Não se sabe se pelo remédio ou naturalmente, pois, como escrito acima, algumas pessoas sobrevivem ao vírus. Ninguém na África, no entando, teve acesso ao remédio. E um dos mais importantes médicos de Serra Leoa e Libéria, que contraiu o vírus, foi impedido de ter acesso à medicação por autoridades internacionais de saúde. Ele morreu.
Isso nos leva a fazer algumas perguntas éticas 1. É correto dar um remédio para pacientes antes da conclusão da fase de testes? 2. É correto disponibilizar os remédios apenas para alguns pacientes e não para outros? 3. Houve favorecimento dos americanos em detrimento de africanos na hora de escolher quem recebe as doses? 4. Caso fosse dada a africanos, diriam o inverso – isto é, que usaram africanos de cobaias para remédios