Análise fílmica - casa blanca
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De facto, quando pensamos na Idade de Ouro (anos 1930, 1940 e inicio da década de 1950) do "studio-system" de Hollywood, pensamos naturalmente em grandes equipas de produção, em "sets" imensos e, claro, total controlo por parte do estúdio. Michael Curtiz é o exemplo máximo daquilo que seria um produto da "casa", ao ponto de ainda hoje serem poucas as pessoas que reconhecem o realizador de Casablanca. Isto não invalida que Curtiz tenha feito mais de 100 filmes e tenha tido uma carreira repleta de sucesso nos EUA. Porém, vem confirmar a apetência daquela Hollywood para o uso de fórmulas, para a produção em série e pela aposta num "star-system" para a divulgação dos seus produtos. Considerando tudo isto, no entanto, poder-se-á concluir que Casablanca é sim a reunião de tudo o que a Hollywood clássica poderia ter feito, assumindo-se como um documento histórico da indústria de então. O filme acaba por apresentar tudo aquilo que caracterizaria a produção cinematográfica, a forma como as películas eram produzidas, realizadas, promovidas. O poder de Casablanca reside principalmente no subtexto que engenhosamente é construído em torno de todas aquelas personagens. Muitas interpretações e análises do filme foram sendo apresentadas, mas, dado o contexto histórico, aquela que parece mais evidente tem que ver principalmente com a posição americana relativamente à participação no conflito mundial que dava então os primeiros passos. Em larga medida, o café de Rick – e a própria figura de Rick Blaine – pode ser entendido enquanto metáfora da América e, mais concretamente, da reacção inicial de neutralidade do país perante o avanço de Hitler. Os EUA, através do seu presidente Franklin D. Roosevelt, cedo declararam neutralidade perante o conflito (pro-aliança claro está) e contra todas as expectativas não declararam guerra ao eixo fascista. Apesar de os europeus desejarem a entrada dos EUA na guerra, tal não aconteceu até Junho de 1942, altura em que os americanos declaram guerra às