ANÁLISE DO POEMA “VELHAS TRISTEZA” DE CRUZ E SOUZA
Os poemas de Cruz e Sousa são marcados pela musicalidade (uso constante de aliterações), pelo individualismo, pelo sensualismo, às vezes pelo desespero, às vezes pelo apaziguamento, além de uma obsessão pela cor branca. É certo que encontram-se inúmeras referências à cor branca, assim como à transparência, à translucidez, à nebulosidade e aos brilhos, e a muitas outras cores, todas sempre presentes em seus versos. No aspecto de influências do simbolismo, nota-se uma amálgama que conflui águas do satanismo de Baudelaire ao espiritualismo (e dentro desse, idéias budistas e espíritas) ligados tanto a tendências estéticas vigentes como a fases na vida do autor.
Simbolista no vocabulário e na temática; sua obra tem a marca da perenidade; considerava a arte como libertação: "ela não pode ter fórmulas"; Incomparável sensibilidade auditiva, mestre da musicalidade. Para compreendermos melhor este representante ilustre do simbolismo será feita uma analise de um de seus poema .
VELHAS TRISTEZAS
Diluências de luz, velhas tristezas das almas que morreram para a luta!
Sois as sombras amadas de belezas hoje mais frias do que a pedra bruta.
Murmúrios incógnitos de gruta onde o Mar canta os salmos e as rudezas de obscuras religiões — voz impoluta de todas as titânicas grandezas.
Passai, lembrando as sensações antigas, paixões que foram já dóceis amigas, na luz de eternos sóis glorificadas.
Alegrias de há tempos! E hoje e agora, velhas tristezas que se vão embora no poente da Saudade amortalhadas! ...
Considerando o aspecto formal, este poema é um soneto (14 versos disposto em dois quartetos e dois tercetos) – rimas alternadas (a b a b) ricas e pobres. Quanto ao aspecto estilístico – temático, desde o título já ocorre uma postura subjetiva, revelando um desejo supremo, em que o adjetivo não tem uma definição rigorosa.
É interessante falarmos da musicalidade, outra característica simbolista. A musicalidade desses