ANÁLISE DO HABITUS APLICADO À CULTURA RAP

Neste trabalho pretendemos observar a moda rap e hip hop através do conceito de habitus apresentado por Pierre Bourdieu no texto “O Senso Prático”, analisando-a como uma forma de expressividade de indivíduos ou grupos de uma sociedade. Para completar a análise, também utilizaremos como base um segundo texto do autor, o “O costureiro e sua grife: contribuição para uma teoria da magia”, no qual a moda como explicitadora de padrões sociais é mais profundamente avaliada.
No caso, nos limitaremos a analisar pessoas ligadas à cultura rap e hip hop para exemplificar a moda como prática de cultura. Sendo assim, o conceito de moda que utilizaremos não estará restrito apenas ao vestuário. Ele se expandirá a todo o perfil comportamental adjunto das tendências da moda que acabam por construir a identidade social dos indivíduos ligados a ela. Aqui, ela é enxergada como um conjunto de práticas materiais e simbólicas que levam indivíduos a se reconhecerem como participantes de um grupo social específico. Grupo este que se mantém coeso através da manutenção de padrões de sociabilidade comuns entre seus integrantes.
Durante nossa reflexão, empregaremos a ideia de prática de cultura, ou seja, toda a prática do dia a dia que explicita a maneira de ser e agir de grupos específicos, seja a vestimenta, os maneirismos, as gírias, as músicas que escutam ou até mesmo a maneira pela qual enxergam o mundo ao seu redor.
Um dos conceitos mais importantes que utilizaremos durante esse trabalho é o de habitus, uma ferramenta conceitual que facilita a compreensão da mediação de relação entre sociedade e subjetividade individual. O habitus pode ser entendido como a internalização profunda de esquemas de percepção e apropriação de mundo levando a uma produção de respostas coletivamente orquestradas.
Para fundamentar nossa análise, realizaremos uma série de entrevistas com pessoas que se identificam com as práticas culturais relacionadas ao rap. Dessa forma, compreenderemos com maior