Análise do filme "Um amor verdadeiro"
O filme mostra os últimos meses de vida de Kate, após a descoberta de um câncer. Diante desse fato, o marido George – escritor e professor de faculdade – manda sua filha Ellen, uma jornalista em ascensão na cidade de Nova York, voltar para casa e cuidar de sua mãe, alegando que ele teria que trabalhar. Apesar de não gostar da ideia, Ellen aceita o pedido do pai e passa a fazer parte da rotina da sua mãe, com quem não tinha uma relação muito próxima.
No início do filme, vê-se que Ellen está construindo sua vida profissional em um jornal de Nova York, escrevendo artigos importantes. Além disso, mantém um relacionamento amoroso com Jordan, com quem vive junto, mas ainda tem dificuldades em administrar a relação. Tal fase pode ser definida como Adulto Jovem, período que vai dos 20 aos 40 anos de idade, em que há uma busca pela construção e estabilização da vida profissional e pessoal. Observa-se ainda que a personagem tenta constituir sua vida de forma independente dos pais, conquistando espaço no mercado de trabalho. Vê-se ainda que Ellen está na fase de firmar sua identidade, e para tanto, tenta diferenciar-se de sua mãe (Kate), principalmente no que diz respeito aos seus costumes. Tal fato fica claro, quando sua mãe decide dar uma festa surpresa para seu pai, e todos os convidados devem ir fantasiados, mas Ellen dá uma desculpa de que esqueceu as fantasias, pois queria ir mais cedo para casa. Ao mesmo tempo tenta se aproximar do modelo de escritor de seu pai, por quem nutre uma imensa admiração.
Pode-se ainda compreender, com base no filme, que Kate envelheceu de forma patológica, como apontada por Falcão e Araújo (2010). Segundo os autores, o envelhecimento patológico é quando o corpo do individuo é afetado por uma doença e fica incapacitado, no caso da personagem, devido ao câncer. Tal forma de envelhecimento difere do envelhecimento normal, em que o indivíduo passa por essa fase sem patologias, sejam elas físicas