Análise do filme Caché
Primeiramente, relembrarei de forma rápida o filme, que trata de uma família aparentemente comum da França, com membros bem sucedidos (pai e mãe), e filho, digamos que, no caminho de também se tornar bem sucedido, mas tudo começa a mudar quando passam a receber embrulhos em sua casa, embulhos que continham fitas de vídeos e desenhos. Essas fitas tinham em seu conteúdo o que parecia ser a vida dessa família, eles sendo vigiados, e aos poucos, essas fitas vão ficando cada vez mais “pessoais”, e os desenhos, sempre continham algo a ver com sangue. O que isso poderia ser ligado aos textos Funes, o memorioso, e Lembrar e Esquecer, de Guimarães? Bom, ambos os textos falam da memória e de também da perda da memória, ou melhor, do esquecimento, e o filme trata implicitamente disso, já que, o patriarca da família, Georges Laurent, começa a se lembrar de seu passado um tanto quanto egoísta, passado esse que ele propositalmente tratou de esquecer, mas com essas fitas, o faz relembrar da pessoa que Georges, no passado, armou contra, e que agora poderia estar armando contra Georges. Majid, o homem que Georges havia prejudicado no passado, passa a ser o principal suspeito de toda essa reviravolta na vida “perfeita” de Georges e sua família, que agora passam a viver cautelosos e com medo do que essas fitas e desenhos possam vir a revelar. Revelar e trazer o passado de volta, fazer a memória reavivar, e o que ele tinha esquecido, voltar.
A memória e o esquecimento, duas palavras antagônicas, mas que se ligam de forma indiscutível, pois tratam da mente individual ou geral; uma lembrança, uma ideia, uma história que queira ou deva ser lembrada ou esquecida, virando apenas um momento que você viveu que não tem tanta importância assim. Como no filme, o momento vivido por Georges, apesar de ser importante, o patriarca não querer lembrar, e ao fazer a escolha, deixar de lado algo que, querendo ou não, mudou sua vida. Majid, se não fosse pelas ações de