Análise do discurso de péricles em a história da guerra do peloponeso

O discurso de Péricles sobre a Guerra do Peloponeso, reproduzido por Tucídides em seu livro “A Guerra do Peloponeso”, se trata de um discurso fúnebre encarregado de glorificar os mortos na guerra, que deveria ser proferido por um líder ateniense, conforme é citado no Parágrafo 34: “Após o enterro dos restos mortais, um cidadão escolhido pela cidade, considerado o mais qualificado em termos de inteligência e tido na mais alta estima pública, pronuncia um elogio adequado em honra dos defuntos”. Péricles foi um general vindo de uma linhagem aristocrática, um dia principais líderes democráticos de Atenas, e a maior personalidade política do século V a.C. Não é possível afirmar se seu discurso foi reproduzido com exatidão, apesar de Tucídides se basear em seu próprio testemunho ao escrever sobre os acontecimentos relatados.
No texto, Péricles diz achar suficiente que as honrarias ocorram apenas através de atos – visto que os homens mostraram-se valorosos em atos – em vez de deixar que um só homem se encarregue de falar sobre o valor reconhecido em cada um deles. Ele baseia seu discurso na glorificação da cidade de Atenas e de seus cidadãos, dando ênfase ao fato de que Atenas servia de exemplo para outras cidades na categoria forma de governo (democracia) e em relação às leis que regiam a cidade, que eram consideradas pelos atenienses justas, pelo fato de que dependiam da participação política de grande parte dos cidadãos atenienses para que o sistema político funcionasse, e libertárias, por fazerem o possível para viver em comunhão com os vizinhos. Há também a valorização do modo ateniense de guerrear que os levava quase sempre à vitória, visto que os guerreiros não eram treinados a vida inteira para a guerra, e sim iam lutar pela sua cidade e pela sua família, conforme o seguinte trecho do Parágrafo 39: “Se, portanto, levando nossa vida amena ao invés de recorrer a exercícios extenuantes, e confiantes em uma coragem que resulta mais da nossa maneira de viver que da